É sempre o orgulho que nos cala
Muito mais do que uma culpa
Do que dissemos ou não dissemos
Do que nos morre ou nunca morreu
Do que deixamos para trás em aberto
Do que magoa quando alguém nos ama…
E quando acordamos no nosso deserto
Perdoamos, mas já ninguém nos chama.
Vem de leve o frio do Outono
Secar a memória da pele
E derramar lágrimas no vento
Da vida que ficou ao abandono
Em cada pedaço de fel
Por dentro do pensamento
E só este silêncio nos destrói
Trazendo tudo aquilo que esquecemos:
Do que perdemos ou não perdemos
No tempo que nos resta caminhar.