Soneto de um fim de tarde
by on Abril 14, 2017 in De rua em rua

A luz que morre neste fim de tarde
Igual a tantas outras que esqueci
Traz à memória um sol que já não arde
Daquele último dia em que te vi

Ainda lembro a côr da despedida
Um ténue azul brilhante no teu rosto
Igual à côr do céu de uma outra vida
Tão cheia de vazio e de desgosto

A chuva vai caindo e tudo esquece
Até o teu semblante se esmorece
À luz de uma memória que morreu

É como se vivesses dentro em mim
Em cada folha solta no jardim
Em cada fim de tarde que sou eu

 

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